Nota ABIR sobre matéria da Folha de S.Paulo acerca da taxação de bebidas açucaradas

Sobre o “posicionamento do INCA acerca do sobrepeso e obesidade”, divulgado em primeira mão no jornal Folha de S Paulo nesta sexta-feira, 04/08, a ABIR esclarece:

1) O INCA e o Ministério da Saúde sabem que podem contar com o apoio da indústria de bebidas não alcoólicas na construção de medidas para deter o crescimento da epidemia de obesidade. É elogiável a decisão de considerar o combate à doença uma prioridade. A preocupação com um ambiente saudável pautou e sempre pautará a atividade da ABIR. Entretanto, diante dos fatos apresentados pelo próprio instituto e pelo ministério, a Associação considera inócuo propor a taxação de bebidas açucaradas.

2) Números do Ministério da Saúde (Vigitel Brasil) indicam crescimento de 60% na obesidade no Brasil nos últimos 10 anos, ao mesmo tempo em que constatam queda de 40% no consumo de refrigerantes no período. Qual seria, então, o impacto do acréscimo de impostos de bebidas sobre a obesidade? Estudos e experiências de outros países mostram que a taxação sobre refrigerantes ou bebida açucaradas não detém a obesidade.

3) O mais eficaz – e é o que a ABIR defende – é atacar as causas reais da obesidade, uma doença multifatorial, o que inclui sedentarismo e até fatores genéticos. 70% do açúcar consumido diariamente pelos brasileiros não é proveniente de produtos industrializados. Atualmente, o refrigerante representa apenas 3,5% da ingestão calórica média do brasileiro. Qualquer alimento consumido abusivamente certamente causará danos à saúde da população.

4) A ABIR participa e apoia o debate, construído pelo MS, para reduzir os índices de obesidade da sociedade brasileira. Aliada a outros setores da indústria de alimentos, a Associação participa do Programa de redução de açúcar do Ministério da Saúde.

5) O que de fato funciona para a redução da obesidade são esforços coordenados do governo, da indústria e da sociedade, para implementar soluções baseadas em evidências científicas. Precisamos combater o assunto com a seriedade que o problema exige.