A aliança Água+ Acesso, uma coalizão pioneira de empresas, institutos e ONGs dedicadas a ampliar o acesso à água em áreas rurais do Brasil, completou dois anos de atuação n
Lançada em março de 2017, a iniciativa fomentada pelo Instituto Coca-Cola Brasil, Fundação Avina e WTT hoje conta com 14 organizações e já contribuiu para ampliar o acesso à água segura para cerca de 40 mil pessoas de 100 comunidades em oito estados. Até o fim de 2020 espera-se ultrapassar o marco de 250 comunidades e 100 mil beneficiados diretos.
“Além de termos um compromisso comum, tanto o planejamento como investimentos, gestão e atuação se dão de forma colaborativas para ampliar o acesso à água de forma sustentável nestas comunidades. Os resultados e aprendizados de 2018 mostram que atuar de forma coletiva e integrada acelera o aprendizado e proporciona um aumento de eficiência significativos. Nossa missão agora é mobilizar outras empresas, governos e organizações sociais a somar esforços e se engajar nesta causa conosco”, afirma Rodrigo Brito, gerente do Instituto Coca-ColaBrasil.
Até o momento, já foram investidos R$ 8 milhões na iniciativa e, até 2020, serão mais R$ 15 milhões para fomentar projetos de acesso e tratamento de água no Brasil.
A partir de 2019, o Instituto Iguá de Sustentabilidade passou a integrar a Aliança Água+ Acesso como co-investidor e organização de apoio, contribuindo não apenas com recursos financeiros como também na gestão e governança da iniciativa, assim como mobilizando novos parceiros e colaboradores da Iguá Saneamento, empresa do setor que atua em 5 estados e atende a mais de 6 milhões de pessoas no Brasil.
“Nossa visão é voltada para a causa e a abordagem é multisetorial. A complexidade e a dimensão dos desafios socioambientais são tão grandes que nenhum ator conseguirá gerar impacto significativo atuando isoladamente. Com base nesta convicção, enxergamos na Aliança Água + Acesso um modelo inovador para ampliação do impacto social”, explica Renata Ruggiero Moraes, diretora-presidente do Instituto Iguá de Sustentabilidade.
Um dos exemplos do poder das iniciativas de impacto coletivo como o Água+ Acesso é a instalação de sistemas de abastecimento de água em comunidades ribeirinhas isoladas no Amazonas, em parceria com a FAS – Fundação Amazonas Sustentável.
Por serem localidades distantes, de difícil acesso e sem rede elétrica, estas comunidades contam agora com uma tecnologia híbrida que mescla diesel e energia solar para bombear a água. A solução originalmente foi implementada em 2017 no Pará pelo Projeto Saúde e Alegria, também parceiro do Água+ Acesso. Neste ano a solução foi disseminada graças aos intercâmbios e ambiente de colaboração da iniciativa. Até o fim de 2019 outras dez comunidades ribeirinhas deverão receber o mesmo sistema.
Já no Vale do Jequitinhonha no norte de Minas Gerais, cerca de 450 pessoas de 129 famílias das comunidades de Tesouras, Malhada Preta e Santa Rita de Cássia em Araçuaí passaram a contar com barragens e sistemas comunitários de distribuição de água que viabilizam não apenas o consumo humano como melhorias na produtividade de suas plantações. Além das barragens e sistemas comunitários, o projeto realizado pelo CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento) com apoio do Água+ Acesso também viabiliza às famílias a construção de banheiros secos, filtros domiciliares, assim como atividades para a proteção de nascentes e recuperação de áreas degradadas.
Dona Sebastiana, foi uma das moradoras beneficiadas pelo projeto na comunidade de Malhada Preta: “A única água que tínhamos por perto ficava a mais de uma hora de caminhada. Não tínhamos água para nada e todos os dias tínhamos que trazer água no burro. Eram três viagens por dia e em cada carga trazíamos dois vasos de 50 litros cada. Em época de farinhada (manejo da farinha) era preciso ir buscar até 12 cargas d’ água no burro pra dar conta de todo serviço. Era muito sofrimento. Para a zona rural ter riqueza é ter água. Ela é o bem mais precioso para nossa vida”.
Ao longo de 2018, o programa ampliou a atuação de 15 para 100 comunidades, de três para oito estados, de 4 mil para 40 mil pessoas e de 9 para 14 parceiros.
Para seguir ampliando ações e investimento na construção, reforma ou novas tecnologias para sistemas comunitários de água, em 2019 a Aliança Água+ Acesso prevê o fortalecimento e disseminação de soluções inovadoras e modelos comunitários autossustentáveis, a ampliação das parcerias e de esforços para dar visibilidade ao tema, além de contribuir com políticas públicas de acesso à água em áreas rurais do país.
Além do Instituto Iguá e do Instituto Coca-Cola Brasil, que participam como coinvestidores, atualmente integram a iniciativa a Fundação Avina, a World-Transforming Technologies (WTT), o Instituto Trata Brasil, além de nove organizações sociais com atuação em comunidades: SISAR-CE, SISAR PI, Central de Associações (BA) Projeto Saúde e Alegria (PA), Fundação Amazonas Sustentável (AM), Cáritas de Pesqueira (PE), ABES-ES, ASPROC (AM) e CPCD (MG).